Hollywood e sua mania de redenção

Em 27 julho 2010
Por Leila Ferraz

Nunca curti essa história de ficar justificando a razão de um vilão ser vilão. Quando era pequena morria de medo de caras como Freddy e Jason porque eles eram maus. E só isso. Os caras chegavam retalhando adolescentes desavisados e pronto. Não tinha o momento psicologia pra explicar o motivo de tanta crueldade.

Esses dias fiz um apanhado de filmes pós-matança pra sacar "qualé" desses caras. Que mania é essa de redimir ícones da maldade como Hannibal Lecter? Para mim, não me interessa a razão.Talvez o medo existisse justamente por eu não saber que ele era um homem normal antes de ser O canibal que conhecemos. Agora já sei que ele era bonzinho, a vida foi cruel e lá se foi o charme todo.

Pausa dramática, não sou a favor de violência hein, o foco aqui são os vilões criados pelos estúdios e destruídos pelo próprio cinema.

Lituânia 1944. O jovem Hannibal Lecter tem sua família exterminada durante a II Guerra. Ele testemunha a morte de sua irmãzinha por um grupo de homens horrorosos e promete se vingar. Naquele momento nasce o Hannibal que me apavorou em O Silêncio dos Inocentes (1991). Você pode conferir a história do emblemático assassino no longa Hannibal - A origem do mal (Hannibal Rising,2007).O jovem Lecter é interpretado por Gaspard Ulliel,um talento francês que está despontando.

Toda a explicação sobre a maldade de Jason poderia também não existir. Gosto do fato do vilão ser vilão simplesmente por ser vilão. E ponto final. Não tem trauma por trás nem acontecimento marcante. Sou assim porque quero. É exatamente essa a graça dos vilões. O charme, a sombra que nos assusta, que faz a gente ficar pensado "ai,ai,ai como pode né?". A partir do momento que se sente pena do vilão, acabou.

Nessa lista, além de vilões com razões, podemos incluir os vampiros com síndrome de "não quero mais perscoço"... pelo amor de Deus né.Mas isso a gente discute depois né, sinto protestos chegando rs.

beijos