Eu já quis ser o Michael Keaton

Em 08 maio 2010
Por Anderson Silva


Michael Keaton se sentia rídiculo na roupa do Batman. Eu, na época, fiquei chateado com a declaração.
Foto: Divulgação.




O atacante Ronaldo do Corinthians disse essa semana, após eliminação da equipe alvinegra da Libertadores, que o brasileiro não sabe valorizar os ídolos.

O maior artilheiro das Copas quase foi às lagrimas para explicar que os americanos, por exemplo, dão muito mais valor aos astros.

Eu acho justamente o contrário. Valorizamos demais as atitudes dos ídolos e até as "roubamos" pra nós.

Mas, o quê o Pop ´n´Cult tem com isso? Explico. Quem de nós não tem um ídolo? Sabe aquele músico, ator ou escritor que você admira e adoraria tirar uma foto (ou dar um aperto de mão, para os mais contidos)?

A maioria das pessoas (incluindo este que vos escreve) já "roubou" alguma atitude ou opinião do astro e espera, muitas vezes, que ele partilhe também dos nossos gostos e opiniões - o que quase nunca ocorre, vale lembrar.

Lembram do filme "Quero Ser John Malkovich"? Pois eu queria ser o Michael Keaton de 1989 até 2005, quando assisti ao DVD dvd bônus de "Batman - O Retorno".

O disco traz uma entrevista com Keaton e outros astros do elenco. Nela, o ator dizia que se sentia rídiculo vestido de morcego gigante.

Na época, fiquei decepcionado, pois ele, por ser o primeiro Batman que tomei conhecimento (lá em 1989), era meu ídolo desde então.

Isso deve ter 5 anos, se não me falha a memória. Hoje, com quase trinta anos e alguns cabelos brancos, afirmo que um baixinho como Keaton pode muito bem ter se sentido ridículo naquele uniforme de morcego.

E, finalmente, temos que separar o artista do indivíduo. Não é porque você gosta de Teatro Mágico que seu ídolo tem que gostar também. É tudo uma questão de gosto.

Não é porque o Michael Keaton disse que odiou se vestir de Batman que você (eu) vai odiá-lo. Imagina o calor que deve fazer dentro daquela fantasia?

E tem mais. Não é porque seu ídolo apóia um candidato que você terá que fazer o mesmo. Seja fã de alguém, mas tenha suas próprias opiniões e vontades. E tenho dito.