A primeira vez a gente nunca esquece. Ou o que lembro de quando era criança

Em 16 outubro 2010
Por Anderson Silva

Doze de outubro. Dia das crianças. Eu, que já passei dessa fase faz tempo (pelo menos eu acho), me lembrei de como fui 'iniciado' na cultura pop, aos 10 anos de idade e do primeiro CD que comprei, aos 15.

Em 1990 eu ganhei do meu pai, exatamente no dia 12 de outubro, o vinil (essa coisinha que chamam de 'vintage' agora) 'O Papa é Pop' dos Engenheiros do Hawaii.



Tudo bem que você, mais descolado que eu, deve ter sido presenteado com o 'álbum branco' dos Beatles quando tinha 10 anos, mas eu digo pra você que fiquei muito feliz com o presente do 'véio', justamente por ter sido um dos últimos antes de ele se separar da minha mãe. Coisa de criança, você diria.

Um pouco antes disso, em 1989, eu e meus irmãos fomos levados ao cinema pelos meus pais (na tentativa frustrada de ser uma família feliz) pela primeira vez. O filme? 'Batman', de Tim Burton. Mas eu tava tão feliz por estarmos juntos, que nem prestei muita atenção. Mas me lembro bem que fomos em uma sala de cinema na Av. Paulista e andamos no ônibus de dois andares da CMTC (como eu tô velho!) e depois, como de praxe, McDonald´s! Sensacional!



Anos depois, já labutando pra ajudar em casa, tive o prazer de comprar com meu rico dinheirinho, minha primeira metade de um CD. Como assim, metade? Simples, R$ 10,00 meu e R$ 10,00 da minha irmã e compramos, juntos 'No Need to Argue' do Cranberries, aquele álbum que tem 'Zombie' (e que não faço a mínima ideia onde esteja!).



Claro, mais uma vez, você que é infinitamente mais descolado que eu, comprou 'What´s the Story, Morning Glory' do Oasis, pois eles tinha um 'q' de Beatles. Mas eu gostava bem mais da Dolores do que do Liam!

Mesmo gostando de Cranberries, Batman e Engenheiros do Hawaii, posso dizer que tive uma infância boa e aprendi desde cedo (por caminhos tortos e gostos duvidosos, você diria) que nada importa quando estamos felizes (que lindo, não?).