O Concerto

Em 25 dezembro 2011
Por Leila Ferraz


Nada melhor para uma tranquila tarde de natal do que um filme que traga um renovo de criatividade aos filmes clássicos sobre maestros decadentes ou conseguem misturar, na dose certa, comédia, drama, ironia e boa música.

O Concerto (Le Concert,2009), um verdadeiro tour europeu foi produzido por nada menos que cinco países: França, Rússia, Itália, Bélgica e Romênia), traz a história de Andrei Filipov (Aleksey Guskov), um renomado, talentoso e respeitado maestro da orquestra de Bolshoi que perde seu posto e acaba tornando-se faxineiro no teatro. As razões desse "golpe" você descobre no fim do filme, então vá ver !

Já ouviram o termo "ouvido absoluto"? Pois bem, é o talento que distingue um maestro de um musicista. Esse dom consegue, em meio há diversos instrumentos, identificar quem está fora ou perdeu uma nota no caminho. Filipov era uma lenda, apaixonado pela música de Tchaikovsky e que ainda sonhava em reunir uma orquestra.


Tudo mundo no dia em que ele intercepta um fax que convidava a Orquestra de Bolshoi para uma apresentação no chiquérrimo teatro parisiense Du Châtelet. Adivinha se essa fax sequer chegou aos mãos do diretor da orquestra? Sem pensar duas vezes, Filipov reúne seus antigos amigos e músicos, que agora são motoristas de ambulância, ciganos, açougueiros, arranja um agente e responde a carta em nome da orquestra. Detalhe: ele tem 15 dias para reunir os músicos, escolher a programação e encontrar uma excelente violinista.

A partir daí vemos uma série de situações cômicas e dramáticas, que nos envolvem e ao mesmo tempo nos deixam tensos (e se descobrem que eles não são a verdadeira orquestra???) No meio de tudo isso uma das maiores violinistas da França aceita tocar com eles, pelo nome dom maestro, sem saber que essa não é a orquestra de Bolshoi. Cada integrante desse grupo carrega uma história de uma parte do continente. São judeus, poloneses, russos, romenos, todos com uma coisa em comum: o amor pela música.

A insanidade e a paixão do maestro os leva a encenar essa situação e o que temos no final é um resgate magnífico de uma Rússia em frangalhos pós União Soviética.Tudo isso com um humor encantador, um ótimo tino de comédia e um belo roteiro que guarda boas surpresas para o final.


O longa, do cineasta romeno Radu Mihaileanu, foi indicado a quatro prêmios César (levou os de trilha sonora e som) e ao Globo de Ouro de Melhor Filme em língua não inglesa.

veja lá e me conte depois!
beijos!